Você ressurgiu em meus pensamentos. Não sei por que isso aconteceu, mas de uma hora pra outra, como o explodir de uma bomba, as lembranças do que tive com você começaram a fazer parte de mim. Isso me incomoda. Me faz sofrer.
É triste ver que a água derrubou o castelo de areia construído sob a beleza do mar, o encanto do por do sol, a proteção das nuvens e iluminado pelas estrelas. É triste saber que mesmo quando se tenta reerguer o castelo ele nunca mais será o mesmo, não terá mais as características que tinha antes. Talvez nem consiga se levantar mais, pois outra estrutura pode ser mais interessante para quem o levanta. Só o que resta é a saudade de tudo que foi vivido. Isso me incomoda. Me faz sofrer, dói.
Dói e faz com que meu coração sangre. Sangra, mas não leva essas lembranças, essa dor, esse incômodo. Talvez por que não devam ir embora, precisem existir para que eu aprenda a vigiar direito o castelo para que a água furiosa não o destrua. Para que não fiquem mais essas lacunas em meu peito choroso.
Tudo que eu queria era que nós não precisássemos passar por tudo isso, que o castelo estivesse sendo usado como deve ser sempre, para abrigar a felicidade e o amor. Ah, o amor, sentimento maldito que chega e se aloja dentro da gente, que nos engana, nos fala de felicidade, mas no mesmo instante nos traz para a realidade.
Realidade má, perversa que arranca de dentro de nós o amor e mostra que o amor não existe. Mas ele existe e existe para dizer que a realidade é ilusória e assim se constrói a vida, de verdades e de ilusões, mas que pena que você não está mais aqui. Que pena que toda essa ilusão é real. Que maluquice, onde já se viu ilusão ser real? Mas é, toda ilusão é real e toda realidade não é ilusória. Ela existe mesmo e é por causa dela que eu estou sofrendo, pois a realidade me fez enxergar que você se foi, se foi e não vai mais voltar.
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