OBRIGADO, OBRIGADO POR TUDO.

Sabe? Em alguns momentos a gente deixa de acreditar em tudo. O cavalo muda de cor, o castelo se transforma em uma humilde casainha de palha, o príncipe cria rugas e estraga os dentes, enfim tudo que um dia foi um sonho passa a se tornar realidade e a gente começa a querer a não sonhar mais.

Eu estava assim, como uma rocha onde a água tem que insistir bastante para perfurar, rígido como o marfim, mas manchado como tecido envelhecido. Aí você chegou. Me tirou daquele conto de fadas enfeitiçado pela bruxa má e começou a escrever uma nova estória onde tudo era lindo e colorido. O cavalo, príncipe, o castelo tudo passou a ser de verdade novamente e eu pensava que era para sempre, achei que dessa vez o “felizes para sempre” iria se confirmar.

Foi lindo, como te disse: fui tratado como eu sempre desejei, como nunca havia sido em minha vida. Dessa vez eu sorria de verdade como nunca e os meus olhos brilhavam como se as estrelas tivessem emprestado a eles a sua luz. Eu estava realmente feliz. Era tudo que eu sempre havia sonhado e pedido a Deus em minhas preces quando rezava antes de dormir. E ele me deu você.

Mas você sumiu. Naquela noite, sentado naquele banco e dizendo que já estava com saudades de mim, eu sentia que você não estava mais ali, seu pensamento estava em outro lugar, em outra pessoa, sei lá. Você não estava ali. E assim, sem estar ali, você se foi. E se escondeu de mim. Naquela noite eu dancei, dancei como eu nuca havia feito antes. Dancei com a minha alma. Alma ferida e ensaguentada, ferida pelo punhal do destino e ironicamente ferida pelo punhal dança.

Eu te agradeço, mas a agradeço muito mais a Deus por te ter feito, e por te ter me dado. Agradeço a vocês dois por me ter proporcionado esses momentos de felicidades e também os de tristeza. Pois só assim eu pude me lembrar que eu sou humano, que posso me ferir, me manchar de sangue, me molhar de lagrimas, sonhar e me desenganar, mas que posso me limpar e me secar, que posso me reconstruir e seguir em frente. Que posso me preparar para o que estiver por vir. E que virá.

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