Mas então chegou o momento em que a realidade bateu não na minha porta, ela foi bem mais além, bateu na minha cara me nocauteou e me mostrou que o que eu achava que sabia era só achismo mesmo. Que se deixar levar apenas por sentimentos na maioria das vezes só nos faz quebrar a cara porque a vida não é feita apenas de emoção, mas em sua grande porcentagem contém muitas doses de realidade. Uma realidade que machuca a quem não se preparara para enfrentá-la.
E foi assim comigo. Eu me enganava achando que entendia o que ele dizia, mas me atentava muito mais as flores, borboletas e fadas. Só que flores, borboletas e fadas só são reais nos livros e ao contrário do que os livros expõem, a nossa carruagem é abóbora o dia todo.
Só que quando tudo isso foi real prá mim me vi em um deserto sem fim, porque foi tarde de mais pra correr atrás do prejuízo. Passei muito tempo tentando entender algo que não tinha o que compreender, mas quando a ficha caiu... não tinha mais jeito era tarde de mais e nesse jogo de amar eu fui o perdedor. Ele já estava saturado de tudo por que tinha passado. E eu... eu simplesmente não sabia o que fazer, pra onde ir, só sabia de uma coisa: estava decepcionado comigo mesmo. Como pude ser tão desatento e deixar que as coisas tomassem essa direção? Como pude jogar fora a confiança e o amor que em mim foram depositados? Como pude ser tão burro?!
E agora, aqui estou, debruçado nesta cama onde já nos amamos e vivemos momentos de pura felicidade. Só tenho a companhia apenas das lembranças de quando fui feliz e não sabia. Lembranças essas que vêem atormentar minha cabeça me levando de volta a um tempo que eu sei que não vai mais voltar, pois sei que o sentimento de ódio já tomou conta do ser dele e que ele se lamente de ter cruzado meu caminho e do tempo que perdeu comigo.
Eu queria que ele me ligasse. Queria que da próxima vez que meu celular tocasse, antecedendo a palavra “chamando” aparecesse o seu nome. Queria que ele me ligasse por que depois do que eu lhe fiz não tenho coragem, nem sou digno sequer de dirigir-lhe a palavra. Queria ele me ligasse e me desse a oportunidade de olhar nos seus olhos e dizer o quanto o amo e como pulsa em meu peito o desejo dilacerador de faze-lo feliz.
Eu queria que ele me ligasse, mas sei que ele não o fará. E não o fará porque está decepcionado comigo e em nada do que eu disse ele acredita mais. Talvez nem em seus pensamentos eu habite mais. Pode até ser que ele me odeie e se esse sentimento aflorou em seu coração a culpa é minha. E só agora eu tenho a consciência disso. Mas infelizmente é tarde de mais.
Por Luka Severo.
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