UM PEDIDO DE DESCUPAS

Eu não sou mais um rapazinho de dezoito anos...
Já passei um pouquinho dessa idade que acredita em contos de fadas,
Castelos de príncipes e princesas, e na veracidade do “felizes para sempre”
Claro que eu não viver  triste, mas tanto eu quando você sabemos que
Nossas vidas são feitas de momentos difíceis!
É até importante que eles existam, para que haja pelo menos um despertar
Para o crescimento individual.
O meu e o seu.
Como diz a poetisa: “eu nunca lhe disse que seria a pessoa certa”
... na verdade nem sei se foi ela mesma que disse isso...
Mas já ouvimos muitas vezes ela repetir isso, juntos...
Ouvimos juntos...
Mas é assim, eu não disse que seria o certo,
mas também sempre me esforço para não ser o errado...
... mas ninguém é perfeito não é?
Sabe, pensando aqui eu me pergunto porque eu estou dizendo essas palavras.
Eu simplesmente poderia dizer que tudo bem...
Agora quem não quer sou eu!
Mas não, eu fico aqui me explicando...
Mas isso acontece porque eu me lembro de quando você me tocou pela primeira vez.
Foi em público,
sob olhares nós dois iniciamos o que seria selado mais tarde por um banho...
na sala do meu apartamento esburacado.
Com banho de cerveja gelada selamos o que chamamos de amor...
Um sentimento tão complicado,
Tão difícil de compreender,
Mas como diz a outra poetisa “basta sentir”.
Me desculpe se eu não sou o certo,
Me desculpe se eu não compreendo,
Mas não quero ser o errado...
Apenas não quero ser aquele se apega de mais as raízes culturais machistas e individualistas.
Dentro do meu peito bate um coração que tem um pensamento próprio
E eu não quero, eu não posso desligar o funcionamento dele...
Você conheceu a mulher dos olhos úmidos e com a maquiagem borrada,
Eu não sei se teria coragem de apresenta-la  a mais ninguém.
Te apresentei porque confio em você.
Eu só quero que você compreenda que o meu castelo de brinquedo,
Eu já não uso mais.
Ele era de montar, e... eu desmontei ele... e guardei em uma caixa.
As vezes essa caixa levanta uma aba,
Mas as lembranças que existem lá dentro já não fazem mais sentido pra mim.
Você também tem sua caixa.
Todo mundo tem uma caixa dessas.
A minha eu prefiro deixar fechada, lacrada com a certeza de que você estará sempre lá.
Quando eu precisar...
E eu estarei sempre aqui.
Quando você precisar...
Não precisamos de príncipes...
Nós podemos ser nossos próprios príncipes.
Nós podemos fazer nosso castelo, novo, com outras cores,
Um vitral novo e um papel de parede bastante colorido.
Um espaço grande e arejado para a mulher de olhos úmidos ficar, e dançar, e girar, muito...
Um lugar onde ela possa estar segura,
E assim nós não precisaremos nos preocupar com ela.
Podemos construir sim esse castelo novo,
Vamos construir juntos, tudo novo e diferente...
Mas compreenda: a maneira como vamos conduzir essa construção
É individual – eu tenho a minha e você tem a sua.
E assim, com nossas particularidades construiremos algo que é nosso.
Um abrigo para o sentimento complicado.
Para as sensações efervescentes e prazerosa...
Mas tudo em seu tempo...
No seu,

E no meu.

(Luka Severo)

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