PLUFT, O FANTASMINHA


PLUFT, O FANTASMINHA
Peça adaptada por Luka Severo

PERSONAGENS: Sebastião / Julião / Mãe Fantasma / Pluft, o fantasminha / Perna de Pau, marinheiro pirata / Maribel, menina

PRÓLOGO
O prólogo se passa à frente da cortina. Pela esquerda surgem os marinheiros amigos, cantando. O da frente é Sebastião. Leva um toco de vela aceso ou um lampião. Segue-se Julião, segurando um mapa.

SEBASTIÃO: Deve ser aqui! Veja o mapa, Julião!
JULIÃO: Veja você, Sebastião. (Troca o mapa pela vela do Sebastião.)
SEBASTIÃO (Com o mapa):  Uma casa perdida na areia branca perto do mar verde...Deve estar por perto...
JULIÃO (Olhando para longe): Estou vendo um mar calmo com algumas ondinhas brancas.
SEBASTIÃO(Desanimado): Já andamos muito! Pobre Maribel!
JULIÃO: (Levantando-se) Precisamos salvar a neta do nosso grande capitão Bonança!
SEBASTIÃO: Precisamos pegar o ladrão do tesouro e da neta do grande capitão Bonança!
TODOS: Viva o grande capitão Bonança! Vivaaaa!  Vamos !

(saem pela direita, descendo o proscênio.)
Ao abrir o pano, a Senhora Fantasma faz tricô, balançando-se na cadeira. Pluft, brinca com um barco.
PLUFT: Mamãe! Mamãe, gente existe?
MÃE: Claro, Pluft. Claro que gente existe.
PLUFT (com medo): Mamãe, tenho tanto medo de gente!
MÃE: Bobagem, Pluft.
PLUFT: Ontem passou lá embaixo, perto do mar, e eu vi.
MÃE: Viu o que, Pluft?
PLUFT: Vi gente, mamãe. Só pode ser. Dois.
MÃE: E você teve medo?
PLUFT: Muito, mamãe.
MÃE: Você é bobo, Pluft. Gente é que tem medo de fantasma e não fantasma que tem medo de gente.
PLUFT: Mas eu tenho.
MÃE: Deixe desse medo bobo. Qualquer dia eu vou te levar ao mundo para vê-los de perto.
PLUFT: Ao mundo, mamãe?!!
MÃE: É, ao mundo. Lá embaixo, na cidade...
PLUFT (Muito agitado): Não, não, não. Eu tenho medo de gente, pronto...
MÃE: Vai sim, e acabará com estas bobagens. São histórias demais que o tio Gerúndio conta para você.

(Pluft corre até um canto. De repente Pluft se assusta. Corre até a mãe sem voz e torna ao canto)

PLUFT: Mamãe, olha lá. Estão vindo. Eles estão vindo do mar.
MÃE (vai até ele): É verdade. Lá vêm eles.
(Dirige-se rapidamente para um canto, de onde tira um telefone)

- Zero-zero-zero-zero, alô, prima Bolha? Sou eu. Adivinha só. Gente! Sim...sim...Telefono, querida. Adeus, meu bem, eles estão se aproximando. Vem, Pluft.

PLUFT (Tremendo):  Que medo... que medo... que medo...

(Pluft e a mãe põem-se a escutar o barulho de passadas pesadas. Os dois desaparecem. Entra o marinheiro Perna de Pau. O velho marinheiro amarra a menina à cadeira, e tira o mapa da sacola.)

PERNA DE PAU: Foi aqui que o Capitão Bonança escondeu o tesouro. (Corre até a janela) Deixei aqueles dois patetas para traz. Então eles queriam salvar a netinha do Capitão, hem? Mas o Capitão Bonança Arco-Íris morreu e quem vai entrar no tesouro sou eu! Está ouvindo? Sou eu. Preciso ir até a cidade buscar uma lanterna. Você vai ficar aí presinha na cadeira. Mas não precisa ficar com medinho, que o Capitão Perna de Pau é bonzinho... Ele não vai te matar não. Vamos comprar outro navio e vamos navegar... navegar...navegar... (Faz a mímica de um barqueiro remando) Ninguém te achará nunca! Vou buscar a lanterna e já volto... Navegar... navegar... navegar...

(A menina começa a chorar baixinho, desvencilhando-se na cadeira, tira a mordaça e corre até a janela.)

MARIBEL: Socorro! Socorro! Socorro! Julião! Sebastião! meus amigos... me salvem!

(Sempre choramingando, Maribel com muito medo procura conhecer o sótão, olhando amedrontada para todos os lados; Pluft, que estava à espreita, aproxima-se devagarinho e muito receoso.)
PLUFT: Oi!

(A menina ao ver Pluft, desmaia.)

MÃE: (Chegando) Ora, Pluft, quem mandou você aparecer?... assustou a menina...
PLUFT: (Agarrando-se à saia da mãe)  E agora?
MÃE: Agora temos que esperar que ela volte do desmaio. Coitadinha! (Saindo)  Vou procurar algum remédio para desmaio de gente. Fica aí tomando conta dela.
PLUFT: (Segurando a mãe)  Eu? Mas eu tenho medo de gente, mamãe!
MÃE: Você tem medo dela?
PLUFT: Dela? Muito não. Mas dele, tenho sim!...
MÃE: (De dentro) Ele não volta tão cedo. A cidade é muito longe.

(Pluft, Por fim, na ponta dos pés trata de observar a menina com curiosidade e medo. Um momento a menina se mexe e Pluft sai correndo, quase sem fôlego, voltando depois para tornar a observá-la. Pega nos cabelos da menina e sente prazer.)

PLUFT: Gente é engraçado!...
(Continua a observá-la até que a menina torna a mexer)
- Mamãe!

MÃE (De dentro)  : Que é, Pluft?
PLUFT:  Mamãe, quem sabe a gente pega isto aí e joga lá na noite e depois fechamos bem a porta para o marinheiro não voltar, e ficamos aqui, nós sozinhos, só fantasmas e gente não...
MÃE: (De dentro)  Pluft, quem te ensinou a ser ruim assim?
PLUFT (Sempre olhando a menina em atitude de defesa)  : Não é ruindade não, mamãe...É medo!
MÃE: Você quer mesmo jogar esta menina fora pela janela, Pluft?
PLUFT: Não. Mas ela podia bem ir logo embora. Você não acha? (Radiante)  Mas gente é uma gracinha., mamãe...
MÃE (De dentro)  : Nem sempre, meu filho, nem sempre...

(Pluft se aproxima e cutuca a menina. Esta torna a se mexer um pouco...Pluft se assusta menos. Maribel torna a ver Pluft, se assusta, mas se levanta e olha  Pluft, espantada. Os dois ficam, um em frente do outro, guardando certa distância, em atitude de mútua contemplação. Silenciosos, com respiração presa, ficam assim por algum tempo.)

MARIBEL: (Tensa)  Como é que você se chama?
PLUFT: (Tenso)  Pluft. E você?
MARIBEL: Eu sou Maribel.
PLUFT: Você é gente, não é?
MARIBEL: Sou. E você?
PLUFT: Eu sou fantasma.
MARIBEL: Fantasma, mesmo?
PLUFT: É. Fantasma mesmo. Mamãe também é fantasma.
MARIBEL: (Relaxando)  Engraçado, de você eu não tenho medo!...
PLUFT: (Idem)  Nem eu de você. Engraçado...
MÃE: (De dentro)  Pluft!
PLUFT: É minha mãe. Com licença. Que é, mamãe?
MÃE: (De dentro)  Com quem é que você está falando, meu filho?
PLUFT: (Gabando-se) Ora, mamãe, com gente... (olha para a menina)  Com minha amiga Maribel.
MARIBEL: Mas sua mãe também é fantasma?
PLUFT: Claro, ora! (Ofendido)  Você queria que ela fosse peixe?
MARIBEL: E seu pai?
PLUFT: Meu pai era fantasma da Ópera. Agora ele morreu. Virou papel celofane. (Em tom confidencial) Mamãe ficou muito triste, coitada. Aí viemos morar aqui com tio Gerúndio.
MARIBEL: Quem é tio Gerúndio?
PLUFT: Ele era fantasma de um navio fantasma.
MARIBEL: Será que era o navio de meu avô, o Capitão Bonança Arco-Íris?
PLUFT: É isto mesmo. Ele é meu tio.
MARIBEL: Que coincidência, hem? (Vai até a janela)  O Perna de Pau vai voltar, meu Deus do Céu. Ele quer roubar o tesouro do meu avô e vai me levar, (Começando a chorar) Não... não... não...
PLUFT: Que lindo! Que lindo! Que lindo!
MÃE (Aparece com uma bandeja): Ela está chorando, meu filho. Se acalme queridinha. Aceita um pastel de vento?
MARIBEL: Muito obrigada, senhora Fantasma, a senhora é muito gentil. Mas estou tão nervosa, que nem posso comer. Se meus amigos Julião e Sebastião não chegam, o Perna de Pau vai me levar para o mar...
PLUFT: Mas onde estão seus amigos?
MARIBEL: Não sei. Na certa estão me procurando aí pela praia... tenho que fugir depressa.
PLUFT: Sozinha?!
MARIBEL: É.
PLUFT: Espera! (Pára e respira fundo)  Pronto! Tomei coragem. Mamãe... Eu vou ao mundo procurar os amigos de Maribel. (Entra a mãe.)
MÃE: (entra Feliz com uma malinha) Meu Filho! (Abraçam-se)  Toma aqui, uns pastéis de vento para vocês comerem no caminho. (Ajeita o filho) Cuidado com o sol para não te derreter... Trata de ser um fantasminha decente, sim? Só prega susto naqueles que merecerem. Tenho certeza de que vais gostar do mundo. Abre bem o olho para veres as coisas bonitas que existem por aí e cuida bem da menina.
PLUFT: (De mão dada com Maribel) adeus! Vamos, Maribel, vamos procurar seus amigos.
MARIBEL: Adeus, senhora Fantasma. Voltaremos para procurar o tesouro. Nunca vi família mais simpática, muito obrigada...
MÃE: (Correndo ao telefone)  Zero, zero, zero, zero, alô! Prima Bolha querida, imagine que o meu Pluft resolveu ir!!! Que coragem, hem, prima Bolha? Que coragem!... que coragem...

(Na disparada entram Pluft e Maribel)

PLUFT: (Ajoelhando-se aos pés da mãe e agarrando-se à sua saia)  Lá vem ele, mamãe, lá vem ele! Que medo! que medo! que medo!...
MARIBEL: (Pondo a mordaça e sentando-se na cadeira)  Depressa, para ele não desconfiar...

(Pluft e a mãe desaparecem.. O marinheiro entra com um castiçal)

PERNA DE PAU: Ah! (Tira a mordaça da menina)  Você ainda está acordada, minha bela? Trouxe uma vela... (Olhando para o encosto da cadeira)  Que é isto? O laço afrouxou?

(Deixa o castiçal e começa a apertar o laço. Pluft, nas pontas dos pés, apaga a vela e corre de novo para o seu lugar; a cena escurece)
Oh! O vento apagou a vela. (Tira uma caixa de fósforos do bolso e volta a acender a vela)
MARIBEL: Ai!
PERNA DE PAU: (Virando-se para ela) Que é? O que foi, hem, menina?
MARIBEL: Estou com medo...
PERNA DE PAU: Medo? Perto do Capitão Perna de Pau? (Risada) Ah! ah! ah!
PLUFT: Marinheiro burro!
PERNA DE PAU: Quem falou aí? Bem, venha comigo... você não pode ficar aqui sozinha...

(Perna de Pau sai assustadíssimo puxando Maribel)

PLUFT: Coitadinha... Lá vai ela. Vou pegar aquele bruto, dar um soco nele... mamãe, precisamos salvar a menina!
MÃE: (Entrando)  Se ao menos pudéssemos saber onde está o tesouro !
PLUFT: Coitadinha da Maribel... Não agüento mais. Vou sozinho ao mundo salvar minha amiga... (olha pela janela) Mais gente, mamãe! Os amigos da Maribel. Só pode ser...
MÃE: (Agitadíssima) Visitas! Pastéis! Pastéis! (Sai)

SEBASTIÃO: Deve ser aqui.  
JULIÃO: Pobre Maribel! Temos que salvar a neta do Capitão Bonança!
JOÃO: Temos?
SEBASTIÃO: (com certo medo também) Então vamos primeiro estudar o mapa.

(Sentam-se no proscênio e estudam o mapa. João, que segura o lampião, está tremendo de medo)

- Uma casa velha perdida na areia branca, perto do mar verde...

PLUFT: (Sem ser percebido pelos marinheiros que continuam observando o mapa)  São eles... são eles, mamãe... os amigos de Maribel!... Mamãe! Estou com medo! Eles não vão me pegar, não?

MÃE: (De fora)  Claro que não, filhinho. Estes são amigos.

(Pluft volta e espera, solenemente sentado no meio da cena.)

SEBASTIÃO: (Levantando-se) Vamos! (Meio amedrontados e contarolando a canção do Bonança para criarem coragem, eles tornam a entrar em cena; um por um, ao darem com Pluft, levam um bruto susto e se agarram em fila indiana rodeando o fantasminha). Você está vendo, Julião?
JULIÃO: Você está vendo, Sebastião?
OS DOIS: Um fantasma!

(João, leva um grande susto e desmaia. Pluft puxa o outro que também leva um susto e desmaia)

PLUFT: Oh! Mamãe, os marinheiros se desmancharam...
MÃE (entrando em cena): Que gente mais medrosa, meu Deus! Uns homens deste tamanho com medo de um fantasminha. Coitadinha da Maribel. Arranjou cada amigo!...
PLUFT: (acordando Julião)  Este também está vindo! Marinheiro... Marinheiro...
JULIÃO: (Esfregando os olhos sem ver Pluft e começa a levantar-se, apoiando-se nele)  Precisamos salvar a neta do nosso amigo o capitão Bonança !
PLUFT: Precisamos sim. E eu posso ajudar, marinheiro. Também sou amigo de Maribel, sabe? O Perna de Pau esteve aqui e...
JULIÃO: (fica com medo andando para traz quase sem conseguir falar, não acreditando no que vê) Meu Deusinho do céu! Juro que estou vendo coisas. Sebastião! Sebastiãozinho! Estou vendo monstrinhos.
(Os marinheiros saem correndo com medo)

PLUFT: Marinheiro bobo, sem educação! Vou contar à mamãe que você me chamou de monstrinho. (grita para a mãe e ela entra)  Eles me chamaram de monstrinho, mamãe...
MÃE: Está aí uma coisa que eu não admito... Confundir-nos com monstrinhos...
PLUFT: (percebendo que ele foram embora)  Foram embora. E agora, mamãe, quem vai salvar Maribel?
MÃE: (Andando de um lado para o outro, muito aflita)  Temos que dar um jeito... (Pára e tem uma idéia)  Tive uma ideia: Acho que vou fazer pastéis! (Sai)

PLUFT: Mamãe, volta aqui. Lá vem o dia nascendo. E vem chegando também o Capitão Perna de Pau com a Maribel.
PERNA DE PAU: (Entrando com Maribel, depois de acabar o canto)  Agora está claro como o dia. Claro, ora, pois é dia, ora... (colocando a menina no meio da cena. Tem uma ideia)  Ora, lugar de tesouro é baú... ah! ah! ah! Está vendo, minha bela, tudo agora está calmo... Podemos procurar tranqüilamente... (Ouve-se os amigos de maribel de longe dizendo que viram o perna de pau entrando na casa com ela)  Preciso ser rápido. Vamos ao tesouro. Vamos ao baú... Agora vou dar o golpe do baú... (Ri de si mesmo. Depois abre o baú, tira um travesseiro de matéria plástica e panos, que vai jogando para trás. Junto com os panos vem uma chave que Pluft apanha rapidamente e entrega-a a Maribel. Maribel, muito aflita, exibe a chave ao público, enquanto Perna de Pau descobre o tesouro)  Lá está ele! lá está ele! É meu tesouro... (Tira o cofre com muito cuidado, acaricia-o, ninando-o como se fosse uma criancinha: dorme nenen... Coloca-o sobre um banquinho e tenta abri-lo)  Meu tesourinho! Era uma vez um marinheiro que recebeu um tesouro...(Tenta abrir o cofre com a chave e não consegue)  (Perna de Pau procura a chave de gatinhas pela cena)  Meu tesourinho, espera um minutinho, sim? Venho já te libertar deste cofre. Onde está a chave? Onde está a chave?... (De gatinhas ele sai de cena sempre dizendo "Onde está a chave?")
PLUFT: (Aparecendo) Depressa, Maribel! Venha se esconder aqui conosco enquanto os marinheiros não vem. A chave está conosco, o tesouro está salvo! (Os dois desaparecem)

(Surgem os marinheiros,  armados com redes de caçar borboletas. Eles entram devagarinho com medo e muito cuidao)

SEBASTIÃO: Viva o grande capitão Bonança!

(Os dois procuram por todo lado, dando finalmente com o tesouro.)
OS DOIS: O tesouro!

(Neste momento volta o Perna de Pau de gatinhas e, sem vê-los, redeia-os por entre as pernas, deixando os marinheiros estalados.)

PERNA DE PAU: A chave. Preciso encontrar a chave...

(Continua sem ver os marinheiros e desaparece de gatinhas.)

PERNA DE PAU: (Voltando)  Pelo amor de Deus! Procurem a chave...
OS DOIS (recuperando-se do susto):A chave?!
PERNA DE PAU: (Já de pé, puxando os dois para o proscênio)  A chave do meu tesourinho. Quem achar a chave para mim, eu dou a neta do Capitão Bonança!
OS TRÊS: Bandido! Onde é que você prendeu a Maribel? Anda! Fale!
PERNA DE PAU: (Só então percebendo que está em frente dos três) Uiiii!... (Os dois marinheiros dão uma grande surra, com as redes em Perna de Pau, enquanto se ouve a corneta dos merinheiros-fantasmas. Os quatro se perfilam. Entra Pluft.)
PLUFT: A chave está aqui, marinheiros. Vou abrir o cofre

(Pluft abre o cofre, enquanto Perna de Pau se precipita, arreda Pluft e tira do cofre um retrato, um papel e um rosário.)

PERNA DE PAU: O retrato da neta Maribel!

(Joga o retrato em cima de Maribel, que está ajoelhada perto de Pluft) Uma receita de peixe assado! (Joga a receita) Um rosário! (Faz o sinal da cruz com muito medo e levanta o rosário, deixando-o cair nas mãos de Pluft. Depois volta com avidez ao cofre) 
- E o dinheiro? E o dinheiro?

SEBASTIÂO: O dinheiro está no fundo do mar... Pode ir buscá-lo, Perna de Pau.
PERNA DE PAU: Não! Não! Não! (Sai chorando)
MÃE: (Surgindo com uma bandeja) Esperem! Esperem! Pastel de vento para todos! Pastel!
(Passa com a bandeja. Mariel vê os seus amigos)
SEBASTIÃO: Maribel!
MARIBEL: Sebastião!

(Os dois se abraçam no meio da cena. Sebastião torna a recuar e Maribel vê Julião) 

- Julião !
JULIÃO: Maribel!

(Pluft, muito contente, também se aproxima para ser abraçado mas os dois se afastam com medo.)

PLUFT: Oi!
OS DOIS: (Medrosos)  Oi !
PLUFT: (Depois de uma pausa)  Viva gente !
MARIBEL: Viva fantasma!
TODOS: (Dando as mãos e fazendo uma roda em volta de Pluft)  Viva fantasma!
PLUFT: (No meio da roda)  Viva gente!
TODOS: Vivaaaaaa! (Todos sentados no chão batem palmas, enquanto a senhora fantasma aparece com uma bandeija.)

MÃE: Ei, alguém ai vai querer pastéis de vento?

FIM!

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