Realmente a vida é bastante engraçada.
Tem um ditado que o povo de minha cidade sempre disse e eu cresci ouvindo, “se até as pedras se encontram, por que isso não vai acontecer?”.
Pois bem. Estava eu em um dia normal de aula de Dramaturgia II, quando os demais alunos começam a comentar sobre um espetáculo que estaria se apresentando ao meio dia no SESC – JUAZEIRO, O espetáculo LEVE.O professor nos liberou para que fossemos ver essa apresentação e pediu que fizéssemos um relatório do mesmo para entregarmos na próxima aula contando como essa aula da qual fomos liberado. Até aí tudo bem.
Quando entrei no teatro não acredite no que eu estava vendo: uma composição circular de cortinas formando uma espécie de gaiola redonda e dentro estavam agachadas duas mulheres.
Para poder compreender o meu espanto, vou voltar um pouco no tempo, vamos a julho de 2009 quando eu estava em Garanhuns-PE conferindo a programação cultural do FIG (festival de Inverno de Garanhuns), e no dia 23 do mesmo mês entrei no galpão improvisado, para assistir um espetáculo de dança me deparando com a mesma composição circular no meio do palco e as duas bailarinas compondo a mesma imagem que vi hoje.
Nesse dia, achei horrível o espetáculo, duas pessoas dentro de uma redoma de cortinas, se contorcendo e, entendendo eu que, sem nenhum fundamento aquilo alí acontecia. Naquela noite só ficaram pouco menos que 20 pessoas na plateia, que antes estava lotada. Eu fui um dos que fiquei até o final só que depois de tudo terminar não falei muito bem não, até porque eu não entendi nada do que tinha se passado alí.
Então o tempo passou, eu entro na faculdade e hoje vou ver um espetáculo muito bem renomado e bem conhecido, que az parte do palco giratório e que é casa cheia sempre aonde vai. Qual é esse espetáculo? LEVE (rsrs), parece ate uma ironia, mas era o mesmo espetáculo que eu tinha falado mal a pouco mais de dois anos atrás.
Hoje, com outro olhar, achei lindo, sutil e sensível a forma que as duas bailarinas discutem em cena sobre os sentimentos que sucedem as fases da vida depois de se sofrer uma perda. E o mais irônico: no bate papo depois com as duas interpretes, descubro que o processo de criação que elas vivenciaram para a concepção segue exatamente a mesma linha que hoje eu pesquiso na faculdade: as sensações, impulso interno, atmosfera, memórias, etc. Sempre seguindo na linha de estudos, o Eugenio Barba, Grotowski, Constantin Stanislavski, entre outros. Isso só serve para mostrar que nada melhor que estudar um pouquinho antes de sair falando das coisas não é?
Caso queira conhecer mais sobre o espetáculo, clique aqui e confira o blog oficial da produção onde você vai conferir vídeos e fotos.
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