4 técnicas para virar um especialista em
interpretação de texto
E
Exercício de Fixação
Depois de
treinar bastante e ler muito, você estará pronto para interpretar os mais
diversos tipos de texto
Quantas vezes você já leu um
texto e não entendeu nada do que estava escrito ali? Leu, releu e, mesmo assim,
ainda ficou com um nó na cabeça? Pensando nisso, listei 4 técnicas para
fazer de você um mestre na interpretação!
Antes de tudo, entenda
como se dá o processo de interpretação. A Hermenêutica, a área da
filosofia que estuda isso, diz que é preciso seguir três etapas para se
obter uma leitura ou uma abordagem eficaz de um texto:
a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o
leitor entre no texto já com conhecimentos prévios sobre o assunto ou área
específica. Isso significa dizer, por exemplo, que se você pegar um texto da
autora Clarice Lispector, sem nunca ter ao menos lido uma frase dela e sua
forma de escrita, vai encontrar dificuldades para entender o assunto, porque
você não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.
b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto,
o leitor vai se deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia.
Por meio da pré-compreensão o leitor “prende” a informação nova com a dele
e “agarra” (compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu
entendi, mas não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o
significado das palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance
social do texto.
c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que
você dará ao texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o
texto para haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama
“fusão de horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo
texto. Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.
Sabendo disso,
aqui vão 4 dicas para fazer com que você consiga atingir essas três etapas!
Confira abaixo:
1)
Leia com um dicionário por perto
Não existe mágica para atingir a
primeira etapa, a da pré-compreensão. O único jeito é ter um bom nível de
leituras. Além de ler bastante, você pode potencializar essa leitura se estiver
com um dicionário por perto. Viu uma palavra esquisita, que você não conhece?
Pegue um caderninho (vale a pena separar um só pra isso) e anote-a. Em seguida,
vá ao dicionário e marque o significado ao lado da palavra. Com o tempo o seu
vocabulário irá crescer e não vai ser mais preciso ficar recorrendo ao
dicionário toda hora.
2) Faça paráfrases:
Para chegar ao
nível da compreensão, é recomendável fazer paráfrases, que é uma explicação ou
uma nova apresentação do texto, seguindo as ideias do autor, mas sem
copiar fielmente as palavras dele. Existem diversos tipos de paráfrase, só que
as mais interessantes para quem está estudando para o vestibular são três: a
paráfrase-resumo, a paráfrase-resenha e paráfrase-esquema.
–
Paráfrase-resumo: comece
sublinhando as ideias principais, selecione as palavras-chave que identificar
no texto e parta para o resumo. Atente-se ao fato de que resumir não é copiar
partes, mas sim fazer uma indicação, com suas próprias palavras, das ideias
básicas do que estava escrito.
–
Paráfrase-resenha: esse
outro tipo, além dos passos do resumo, também inclui a sua participação com um
comentário sobre o texto. Você deve pensar sobre as qualidades e defeitos da
produção, justificando o porquê.
–
Paráfrase-esquema: depois
de encontrar as ideias ou palavras básicas de um texto, esse tipo de paráfrase
apresenta o esqueleto do texto em tópicos ou em pequenas frases. Você pode usar
setinhas, canetas coloridas para diferenciar as palavras do seu esquema… Vai do
seu gosto!
3) Leia
no papel: Um
estudo feito em 2014 descobriu que leitores de pequenas histórias de mistério
em um Kindle, um tipo de leitor digital, foram significantemente piores na hora
de elencar a ordem dos eventos do que aqueles que leram a mesma história em
papel. Os pesquisadores justificam que a falta de possibilidade de virar as
páginas pra frente e pra trás ou controlar o texto fisicamente (fazendo notas
e dobrando as páginas) limita a experiência sensorial e reduz a memória de
longo prazo do texto e, portanto, a sua capacidade de interpretar o que aprendemos.
Ou seja, sempre que possível, estude por livros de papel ou imprima as
explicações. Vale fazer notas em cadernos, pois já foi provado também que quem
faz anotações à mão consegue lembrar melhor do que estuda.
4) Reserve
um tempo do seu dia para ler devagar: Uma das maiores dificuldades de quem
precisa ler muito é a falta de concentração. Quem tem dificuldades para
interpretar textos e fica lendo e relendo sem entender nada pode estar sofrendo
de um mal que vem crescendo na população da era digital. Antes da internet, o
nosso cérebro lia de forma linear, aproveitando a vantagem de detalhes
sensoriais (a própria distribuição do desenho da página) para lembrar
de informações chave de um livro. Conforme nós aumentamos a nossa
frequência de leitura em telas, os nossos hábitos de leitura se adaptaram aos textos
resumidos e superficiais (afinal, muitas vezes você tem links em que
poderá “ler mais” – a internet é isso) e essa leitura rasa fez com que a gente
tivesse muito mais dificuldade de entender textos longos.
Os especialistas explicam que
essa capacidade de ler longas sentenças (principalmente as sem links e
distrações) é uma capacidade que você perde se você não a usar. Os defensores
do “slow-reading” (em tradução literal, da leitura lenta) dizem que o
recomendável é que você reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de
distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar
a capacidade de fazer a leitura linear. Os benefícios da leitura lenta vão bem
além. Ajuda a reduzir o estresse e a melhorar a sua concentração!
Leia o texto para responder as próximas 10 (dez) questões.
GERAÇÃO DO
CELULAR
Inaê Soares da Silva
O uso do celular é considerado atualmente o maior entretenimento dos
brasileiros, tem ocupado quase a metade das horas vagas da população e
especialistas confirmam que as pessoas estão viciadas. Os usuários não usam o
celular ou a internet apenas para olhar uma mensagem ou outra, e sim, ficam
vidrados o dia inteiro, seja na rua, na praça, com os amigos e até mesmo no
trabalho. As pessoas precisam aprender ter maiscontato com o mundo real.
As crianças estão passando horas do seu tempo livre em frente ao computador ou
no celular em jogos que poderiam ser utilizadas para uma leitura de bons livros
ou para uma conversa com os amigos. Adultos chegam do trabalho já vão conferir
as últimas atualizações dos aplicativos de relacionamentos e até idosos estão
aderindo à nova tecnologia. A cultura da população está mudando e isso
preocupa.
Acredito que as redes sociais foram criadas para que nós tivéssemos mais
contato com as pessoas, mas está totalmente ao contrário. O que veio para aproximar,
acabou afastando. As redes sociais estão fazendo as pessoas antissociais umas
com as outras. A comunicação que prevalece é a virtual e a prática de boas
atitudes humanas, como o “bom dia”, “por favor”, são raros.
Temos que incentivar às crianças, aos adolescentes e até aos adultos a se
desconectarem do mundo virtual para se conectarem com o mundo real. Deixar o
celular desligado quando estiver em família, curtir um passeio sem tantas selfies e
dar preferência ao bate-papo olho-no-olho são situações que fortalecerão o
relacionamento e o amor.
Da Silva, Inaê
Soares. Escola João Moreira Barroso.
Setembro de 2017
(Adaptado). Professor Maurício Araújo
1ª) Qual o assunto do artigo de opinião?
______________________________________________________________
2ª) A finalidade do texto é
a) informar sobre o avanço das tecnologias.
b) apresentar dados históricos sobre as redes sociais.
c) apresentar um ponto de vista para convencer o leitor.
d) informar sobre a importância do celular na comunicação.
3ª) Segundo a autora, como os usuários do celular estão se comportando
atualmente em relação aos aplicativos de relacionamento?
a) Eles estão passando todo o seu tempo livre nas redes sociais.
b) Os usuários usam o celular excessivamente.
c) Os usuários usam todos os dias o celular, mas conseguem limitar o
tempo que passam nas redes sociais.
d) Usam as redes sociais apenas para se relacionar amorosamente.
4ª) Há uma opinião da autora em
a) “O uso do celular é considerado atualmente o maior entretenimento dos
brasileiros...”
b) “... especialistas confirmam que as pessoas estão viciadas.”
c) “Adultos chegam do trabalho já vão conferir as últimas atualizações
dos aplicativos de relacionamentos...”
d) “Acredito que as redes sociais foram criadas para que nós
tivéssemos mais contato com as pessoas...”
5ª) No trecho: “...e sim, ficam vidrados o dia
inteiro...”, a expressão grifada significa que os usuários
a) passam muito tempo no celular.
b) ficam bastante tempo na internet e isso causa problemas na visão.
c)podem prejudicar o vidro do celular durante o toque com os dedos.
d)são obrigados a usarem o celular.
6ª) A tese que a autora Inaê Soares defende está em
a) “Os usuários não usam o celular ou a internet apenas para olhar uma
mensagem ou outra, e sim, ficam vidrados o dia inteiro...”
b) “As crianças estão passando horas do seu tempo livre em frente ao
computador ou no celular em jogos que poderiam ser utilizadas para uma leitura
de bons livros...”
c) “As pessoas precisam aprender ter mais contato com o mundo real.”
d) “... seja na rua, na praça, com os amigos e até mesmo no trabalho.”
7ª) No trecho: “Adultos chegam do trabalho já vão
conferir as últimas atualizações...” , a palavra em destaque revela
circunstância de
a) modo.
b) tempo.
c) lugar.
d) intensidade.
8ª) O que a autora quis dizer ao escrever “A comunicação que prevalece é
a virtual”?
a) Com a chegada da tecnologia, a comunicação virtual está diminuindo.
b) Que a comunicação real (olho-no-olho) está se tornando mais
frequente.
c) Que todos os dias as pessoas estão comprando mais celular.
d) Que a comunicação por meio de aplicativos de celulares está se
tornando mais frequente.
9º No trecho: “...e isso preocupa.”, o termo em
destaque se refere
a) aos adultos que chegam do trabalho e já vão para o celular.
b) aos idosos que aderiram à nova tecnologia.
c) à mudança da cultura da população.
d) às últimas atualizações dos aplicativos de relacionamento.
10ª) Qual a proposta de solução apresentada pela autora para minimizar
os problemas causados pelo celular?
a) “Temos que incentivar às crianças, aos adolescentes e até aos adultos
a se desconectarem do mundo virtual para se conectarem com o mundo real.”
b) “A comunicação que prevalece é a virtual e a prática de boas atitudes
humanas, como o “bom dia”, “por favor”, são raros.”
c) “O que veio para aproximar, acabou afastando.”
d) “As redes sociais estão fazendo as pessoas antissociais umas com as
outras.”
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